A Psicologia Hospitalar e a Pediatria

A psicologia hospitalar tem diversas áreas de atuação, uma dessas áreas é a pediatria, que pode, tanto ser em um hospital específico para a infância ou um hospital geral que conta com o serviço de pediatria.

O atendimento psicológico na pediatria pode ocorrer no pronto-socorro infantil, unidade de internação que também é conhecida como enfermaria pediátrica e também na UTI pediátrica.

Quando quem adoece é uma criança

O adoecimento é um acontecimento que pode causar uma ruptura na vida de qualquer ser humano, porém quando falamos de pediatria essa ruptura pode ser ainda mais traumática, pois a criança está em desenvolvimento e pode ter seu desenvolvimento prejudicado pela internação. Um grande exemplo disso são crianças com doenças crônicas, que necessitam de diversas internações, podem ter dificuldades na escola ou em suas atividades do cotidiano.

Por isso, alguns itens são indispensáveis nas unidades de pediatria, tais como: a brinquedoteca hospitalar e classe hospitalar, que geralmente contam com uma brinquedista e uma pedagoga para diminuir o impacto da hospitalização no desenvolvimento infantil e tornar o ambiente mais humanizado.

O trabalho da psicologia hospitalar na pediatria

Para atuar em pediatria o psicólogo hospitalar precisa desenvolver aquele “jeitinho” com as crianças, mas além das habilidades pessoais também é preciso ter habilidades técnicas.

É preciso saber usar o lúdico, pois é com ele que, muitas vezes, a criança se comunica.

E preciso também saber sobre o desenvolvimento infantil e os marcadores para ajudar na avaliação e facilitar no diagnóstico diferencial.

Na pediatria além das crianças encontram-se também os familiares, pais, avós, tios, irmãos  e o psicólogo hospitalar precisa saber de atendimento familiar. Os cuidadores da criança são uma chave importante na avaliação infantil e também são pessoas que podem ter grande sofrimento psíquico diante da hospitalização  e podem necessitar de apoio psicológico.

Além disso, pode haver uma inversão do ciclo vital e criança, pois ela também morre, e o psicólogo hospitalar precisa saber fazer o atendimento diante de um luto antecipatório, o acolhimento pós óbito e se necessário e possível realizar os devidos encaminhamentos.

Infelizmente não é incomum cenas de abuso infantil, seja violência psicológica, física ou sexual e o psicólogo precisa além de saber fazer uma boa avaliação do caso, saber preparar relatórios que são enviados ao Juíz para o melhor julgamento do caso.

O encantamento da pediatria

A pediatria é um ambiente muito ambivalente, ao mesmo tempo que existe dor e sofrimento existe a leveza e beleza que a criança naturalmente tem.

Não é um ambiente fácil de trabalhar por diversas questões, como o próprio adoecimento e morrer, as questões familiares que podem surgir e também o trabalho em equipe, pois o sofrimento de uma criança, é muito mais difícil de todos lidarem, devido a questões culturais, do que de um idoso de 90 anos.

É preciso usar a arte neste espaço de contos e encantos, ver a beleza onde as vezes é difícil de se ver. É ter o olhar e a sutiliza da criança e por este e outros motivos, é que muitos psicólogos são facinados por está área.

E você, trabalha, já trabalhou ou deseja trabalhar com crianças? Adorarei saber sobre sua experiência.

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Ingrid B. Lamy

Psicóloga Hospitalar

CRP: 06/112819